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VOLTANDO PARA O PAI

Lucas 15.11-24

 

Introdução

O poeta Vinícius de Moraes foi o autor dessa máxima: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

É fato, há muito desencontro pela vida a fora: amigos se separam, parentes se separam, pais e filhos se separam... namorados, marido e mulher... pessoas discutem, se desentendem, se magoam e se afastam... é o desencontro pela vida, e muitas vezes, esse desencontro é para sempre.

Que triste! ...aqui está uma história, que Jesus contou, de um desses desencontros da vida... mas, essa história, Jesus contou com o propósito de nos mostrar que Deus, o nosso Pai celestial, recebe de volta, os pecadores que se arrependem.

Essa é a história de um filho reuniu tudo o que tinha, e foi embora... foi para longe do seu pai... foi para um lugar distante...

Agora, essa história é a história de todos nós. O pai aqui é Deus; Deus que nos fez, que nos criou, que nos formou com muito amor.

E o filho da história, que foi para uma região distante? Ah! esse somos nós. O filho que partiu, deixando a sua casa, deixando o seu pai, representa cada pessoa desse mundo, representa cada um de nós!

Como assim, cada um de nós? Ora, no começo, eram Deus, Adão e Eva, uma família unida, feliz. Adão e Eva viviam felizes no Jardim do Éden e o próprio Deus, todas as tardes, passeava com eles.

Até que o diabo, inimigo de Deus, travestido de serpente, tentou a Eva e depois, tentou a Adão, para que eles desobedecessem a Deus.

E eles realmente desobedeceram (essa desobediência chama-se pecado ­– pecado é desobediência a Deus, pecado é rebeldia para com Deus), ao pecar, homem e mulher viraram as costas para Deus. Houve um desencontro.

Como o filho da história, que foi para um lugar distante, assim, o homem também foi para longe de Deus. E Adão e Eva não foram sozinhos – eles nos representavam.

Ah! mas, essa não é a história completa.

 

Jesus conta que o filho voltou para o seu pai, e que nessa volta, ele foi restaurado à posição honrosa de antes!

O filho chegou com as roupas imundas, chegou cheirando a porco. Mas elas foram trocadas pelas melhores roupas da casa, um anel de príncipe lhe foi colocado no dedo e até sandálias novas o filho que voltou, recebeu, por ordem do pai!

Sabe o que isto revela? Isto revela que quando um pecador se arrepende, Deus recebe ele de volta e lhe restaura à posição de filho, como se nada houvesse acontecendo!

Quantas vezes somos riscados do caderno das pessoas – porque cometemos um erro, uma falha, um desagrado, então muitas vezes as pessoas dizem pra nós: “Agora acabou. Eu não quero mais nada com você. Eu não te conheço mais”.

Ah! Mas, Deus seja louvado pela mensagem do Evangelho, porque a mensagem do evangelho diz que Deus não nos ignora, que Deus não nos rejeita. Mesmo havendo pecado, Deus não riscou o nosso nome do Seu caderno! Aleluia!

O que Deus mais deseja é que nós voltemos para Ele. É maravilhoso!

O propósito de uma parábola, ensinava o grande pregador, Martin Lloyd-Jones, “é nos apresentar e ensinar uma grande verdade positiva”.

E a grande verdade positiva aqui, é que se nos arrependemos do nosso pecado, então podemos voltar para Deus, porque Ele espera nos receber de volta e nos restaurar à condição de filhos, de Seus filhos!

Então, vamos aprender com essa história, o que é preciso fazer para se voltar para Deus, voltar para a casa do Pai.

 

A primeira providência é essa: RECONHECER QUE NÃO PODEMOS VIVER LONGE DE DEUS.

Veja o que lemos no v.17: “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!”.

Aquele jovem, contou Jesus, “caiu em si”. Ele estava vivendo na miséria, enquanto que poderia ter tudo o que precisasse, na casa do seu pai.

E era miséria mesmo! Distante do pai, sem nenhum recurso, a única coisa que arrumou, foi tomar conta de porcos!

Os únicos que ganharam aqui foram os porcos: agora eles tinham alguém contratado para cuidar deles com exclusividade, mantendo ali a água e a refeição.

E o rapaz que se distanciou do pai, o que possuía? Os porcos estavam em condição melhor do que ele. Imagina isso!

E nessa condição, observando aqueles porcos, o moço começou a pensar na falta que fazia a fartura que desfrutava na casa do seu pai, lá todos tinham pão com fartura.

Então, Jesus contou aqui no v.17, que vendo o moço, o estado em que vivia, ele caiu em si. Ele “caiu em si” – olha, essa é a melhor queda que existe: é a pessoa cair em si!

Muitas vezes, a pessoa não percebe o erro que está cometendo, então, Deus permite que ela chegue a um estado de vergonha, a um estado de miséria pra ela poder ver e cair em si.

E ali, em meio aos porcos, vendo o estado em que está vivendo, “a ficha cai”. A pessoa pensa no que foi perdido, sente o gosto amargo da vida, então é levada a reconhecer: É, não vale a pena viver longe de Deus. Longe do Pai a vida não compensa.

Terá você, em sua vida, chegado a um estado de vergonha, a um estado de miséria, onde lhe tem faltado recurso, faltado ajuda, faltado alegria?

Pois, considere: não vale mesmo a pena viver longe da casa do Pai, longe de Deus.

Eu vejo nesse moço da história, que voltou para a casa do pai, um INCONFORMISMO com a sua situação.

Lemos no v.17: “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!”.

Essa é a condição espiritual da pessoa longe de Deus: ela vive morta de fome, espiritualmente falando, ela vive sem prazer, sem alegria, vive uma vida miserável.

Veja essa pintura barroca, representando o Filho Pródigo, feita por um artista holandês, nascido em 1606.

O Barroco foi um período marcado pelo realismo. Então veja como o artista retratou, com muita força e sentimento, a expressão e o realismo do filho pródigo em sua obra.

O filho pródigo diante do pai acolhedor, prostra-se ajoelhado, tem o pé esquerdo descalço, revelando a mais miserável condição que um ser humano pode chegar, tem as roupas sujas, a face escondida, está cheio de humilhação...

No entanto, apesar desse seu estado, ele reuniu forças para voltar para o pai, e pedir perdão, reconciliação. Lemos no v.19: “Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados”.

O filho decidiu voltar para o pai, mesmo que para isto, não fosse mais tratado como filho, mas como empregado da casa, pois mesmo nesta condição, ele já estaria bem melhor do que entre os porcos.

Mas, o que gerou nele essa atitude de voltar para o pai? Foi o inconformismo. Ele comia o que os porcos comiam, mas ele não se conformou em continuar vivendo daquele jeito. Ele não se conformou em continuar vivendo naquela situação, então, resolveu voltar para a casa do pai.

 

Tem muita gente vivendo, infelizmente, uma vida medíocre, mas que estão conformadas. O diabo diz no ouvido delas: “É, a vida é assim mesmo; essa é a minha sorte... o destino quis assim”. Mentira, amado, você é filho do Pai, tem uma casa e uma posição honrosa! Não se conforme em comer o “pão que o diabo amassou”! Volte para a casa do Pai!

Vamos olhar agora o v.18: “Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti”. Que decisão firme, heim! O moço resolveu voltar, reconhecendo o seu pecado.

O filho reconheceu o erro, reconheceu que havia perdido, inclusive, o direito de ser tratado como filho, chegando ao extremo de pedir para que fosse tratado como um dos empregados da casa. Ele estava sinceramente arrependido.

Sabe o que acontece quando há em nós, arrependimento e firmeza na decisão de voltar para Deus?

Deus não retém o seu perdão. Deus, como Pai amoroso que é, diante de um coração quebrantado e arrependido, Ele não resiste. Ele abre os braços, acolhe, recebe de volta e restaura!

Se você precisa mudar de vida, você tem que voltar para Deus. E o caminho de volta para Deus tem uma curva chamada arrependimento.

Arrependimento é mudança de direção: você estava indo para esse lado, para longe de Deus... mas, porque se arrependeu, você agora diz: “vou mudar de rumo, vou mudar de direção, vou voltar para Deus”.

Você está disposto a isto? É io que o filho fez, lemos no v.20: “A seguir, levantou-se e foi para seu pai.” Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou”. E no v.22, lemos: “...Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés”.

“Levantou-se e foi para seu pai” – essa foi a atitude decisiva, a atitude que faltava para aquele rapaz ter a sua vida mudada.

Se você sair perguntando a quantas pessoas puder, se elas querem uma vida melhor, todas, dirão: “Sim, queremos uma vida melhor”. Mas, a grande maioria não alcança uma vida melhor, porque não toma a atitude que esse filho tomou de voltar para o pai.

 

Amado, se você quer mudar de vida, você precisa ter a atitude de ir ao encontro de Deus, voltar para o Pai!

Você poderá permanecer no seu lugar, se quiser, Deus respeitará a sua escolha. Mas se você se levantar e voltar para Ele, Deus se compromete abençoar você.

Ao filho que volta para a casa do Pai, Deus abre os braços e dá à ele um banho de amor!

Olha o v.20: “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou”. E mais adiante, no v.22, lemos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés”. E no v.23: “Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos”.

Quando tomamos a atitude de voltar para a casa do Pai, Deus está sempre pronto e disposto a nos receber com festa e com alegria.

Querido, se você tomar essa atitude, se você tomar essa atitude de voltar para Deus hoje, eu lhe digo, vai ter festa!

Vai ter festa no seu coração, vai ter festa no coração de Deus, vai ter festa no céu e vai ter festa na igreja! Aleluia!!

 

Conclusão

Deus sempre espera pelo momento em que nós voltemos para Ele.

Esta tarde, enquanto eu me preparava em oração, eu orei pelas pessoas que estariam aqui... e Deus trouxe uma palavra ao meu coração. Ele disse que as pessoas que estariam aqui hoje, são pessoas com as quais Ele marcou um encontro com Ele mesmo, nesta noite...

Você não veio aqui por acaso.

Esta noite, Jesus quer abraçar você e dar uma nova vida para você, um novo começo... uma vida cheia de bênção e alegria.

Você quer voltar para Deus hoje, entregando a sua vida a Jesus? ...então diga isso a Ele (faça uma oração de arrependimento e entrega).

A Bíblia diz que esse gesto produz festa no céu! É isso que ensina essa parábola do filho pródigo: quando você toma a atitude que está faltando, a atitude de voltar para Deus, há festa.

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 28/09/2014

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