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O SALMO DA OVELHA

Salmo 23

 

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. 2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. 3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. 4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. 6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias”.

 

De todos os 150 salmos, esse de número 23 é um dos mais amados da Bíblia e dos mais famosos.

O Charles H. Spurgeon, que foi pastor batista no século dezenove, e considerado o príncipe dos pregadores, chamou este Salmo 23 de “a pérola dos salmos”, certamente, de tão lindo e tão profundo que é.

A palavra “salmos” significa cânticos, cânticos de louvor. E como expressou um estudioso (W. O. E. Oesterley), os Salmos são “a maior sinfonia de louvor a Deus que já foi escrita na terra”.

Vale a pena a gente se dar ao trabalho de refletir sobre cada palavra desta pérola preciosa que é o Salmo 23.

Por duas razões devemos refletir nos detalhes deste Salmo. A primeira razão está na sua fama.

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará”. Quem que não conhece esse versículo? Quem nunca viu um quadro de parede com ele escrito ou num adesivo de carro? Pelo menos essa parte do Salmo 23, o v.1, é mesmo muito famosa.

 

Mas, essa fama acaba não sendo muito interessante, porque faz todo mundo ficar tão acostumado com ela, que por fim, o povo na sua maioria, não presta mais atenção ao seu significado.

O Salmo 23, hoje, pode estar tão batido que a pessoa apressada e cheia de afazeres, não sente mais o impacto de suas palavras na sua vida. Ora, quantos que sabem esse versinho de memória: “O SENHOR é meu pastor, nada me faltará”, mas que nada experimentam dessa verdade tão extraordinária!

Por isso, para não perder as bênçãos que o Salmo 23 anuncia, é bom refletir, é bom estudar o Salmo nos seus detalhes.

 

A segunda razão para estudar esse Salmo, é que ele traz encorajamento para os tempos difíceis.

Podemos dizer que o Salmo 23 é a canção aflita das ovelhas assustadas, como aliás, sugere Charles Swindoll, em seu livro que é um comentário deste salmo.

Quantos de nós que nunca enfrentou dúvidas ou incertezas na vida, em áreas como: profissão, casamento, saúde, finanças, relacionamento com os filhos, com os parentes e uma infinidade de outras situações?

Pois, foi para horas difíceis assim, que Davi, o salmista, escreveu esta canção que nós chamamos de Salmo 23.

Portanto, quando entramos num tempo duro e difícil em nossa vida, este lindo salmo nos aponta para Deus, o Senhor que podemos ter como nosso pastor e de quem podemos receber conforto e segurança.

Agora, antes de iniciarmos nossa reflexão nos detalhes do Salmo, é bom lembrar que aqui está uma analogia, isto é, uma relação de semelhança. Que analogia é essa? A comparação dos filhos de Deus com uma ovelha.

O salmista Davi é a ovelha assustada, porém, que tem o Senhor como o seu Pastor.

Então, este Salmo, que é a canção aflita de uma ovelha assustada, nos coloca em contato com uma analogia, mostrando que tem alguma semelhança entre as ovelhas e nós, filhos de Deus.

Mas, preste atenção, essa analogia não é nem um pouco agradável. Hoje eu entendo muito bem que não é. Eu lembro de na Escola Dominical a gente cantava “Sou ovelhinha de Jesus”, e eu gostava da hora de colorir a ovelhinha. Havia vezes que a tia dava algodão branquinho pra gente cobrir o corpinho da ovelha. Aquilo me passou a ideia que ovelha é um animal fofinho, dócil e obediente como ela só.

Mas, não. Na realidade, sermos comparados à ovelha, não é nenhum elogio pra nós. Eu fui pesquisar isso.

Olha só, primeiro, porque: ovelhas não têm senso de direção. 

Formigas têm! Os gatos e e os cães têm. Eles sabem o caminho de casa, sabem do cantinho onde tem comida e onde dormir. As ovelhas, não. Mesmo dentro do seu pasto, elas podem se perder facilmente.

Nós, filhos de Deus, somos como as ovelhas: não sabemos nos guiar por conta própria. Está aí o novo coronavírus provando isso. O mundo inteiro ainda não sabe o que fazer, não sabe como se guiar diante do Covid-19.

Isso mostra que somos como ovelhas, dependemos que o Senhor nos guie, porque se Deus não nos guiar, não achamos o caminho.

Segundo: ovelhas são praticamente indefesas.

A maioria dos animais tem um meio de defesa: alguns tem garras, dentes afiados, tem velocidade pra correr, tem o casco duro, tem asas pra voar, tem faro aguçado, tem força pra dar coice...

Mas, as ovelhas, deixa quieto! Elas são desajeitadas, são fraquinhas. As pernas são finas, são lerdas. Nem o berro da ovelha é bom pra afugentar os predadores. As ovelhas realmente são indefesas!

Sabe qual é a única proteção certa para as ovelhas? É ter o pastor por perto; elas precisam que o tomador de conta delas esteja ali do lado.

Pois com o crente é assim. Você pensa que tem crente forte em si mesmo? Que crente pode alguma coisa por conta própria?

Que nada. Pode ter dinheiro, condição pra muita coisa, pode ter conhecimento, mas o fato é que para os discípulos, Jesus falou:“Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

A Bíblia sempre nos adverte a sermos fortes “no Senhor” (Ef 6.10). E o apóstolo Paulo quando disse: “Posso todas as coisas”, lembre-se que imediatamente, ele também falou: “naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Quer dizer, se o Senhor não me fortalecer, eu não posso nada.

É isso, somos indefesos como são as ovelhas. E pra termos segurança, precisamos estar na presença do Senhor.

Terceiro: ovelhas são facilmente assustadas. 

É um animalzinho ingênuo, sem porte físico e parece, consciente da sua fraqueza.

As ovelhas só encontram conforto na presença de seu pastor. Davi pensava nisso, nesse relacionamento ovelha-pastor e ele com Deus.

Davi escreveu no Sl 27.1: O SENHOR é minha luz e minha “salvação; então, por que ter medo? O SENHOR é a fortaleza de minha vida; então, por que estremecer?” É uma analogia. Nós somos assim. Como a ovelha que só encontra descanso com o pastor ao lado, nós somente encontramos paz na presença de Deus.

Quarto, eu até gostaria de pular essa parte, mas tenho que te dizer: as ovelhas, por natureza, são porquinhas.

Os outros animais se limpam. Os gatos ficam se lambendo (os felinos têm essa característica), outros animais rolam na grama para se limparem.

Ovelhas não. Elas ficam sempre sujas, a menos que o pastor limpe, tirando os carrapichos, carrapatos, aqueles tufos de pelo embolado...

Pois, nós, seres humanos, também somos, por natureza, impuros e sujos. Nossa imundície é o pecado.

Se Jesus, o Bom Pastor (1Jo 1.7-9), não tivesse vindo para a nossa limpeza, permaneceríamos sujos para sempre.

Mas, louvado seja Deus, porque a Bíblia diz: “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1.7).

Continuando a analogia, em quinto lugar: sozinhas, as ovelhas não conseguem encontrar comida nem água.

Já vimos que a ovelha não tem senso de direção. Mas nem reconhecer o que serve para comer e beber, a ovelha consegue sozinha.

Os outros animais conseguem com facilidade, só pelo cheiro, mas as ovelhas, não; elas dependem completamente de seu pastor.

Se a ovelha é deixada por sua própria conta, ela corre o risco de comer folhagens venenosas e podem morrer. E, pior, quando uma faz isso, as outras que tiverem perto, acompanham.

É desse jeito conosco, filhos de Deus. Crentes que andam sozinhos, por conta própria, se contaminam facilmente com o que encontram pela frente nesse mundo a fora.

Tem coisas que não servem pra se ver, mas eles vêem. Não serve pra se ouvir, mas eles ficam ouvindo. Não serve pra ficar falando, mas eles ficam falando. Se nos afastamos do pastor, se nos afastamos dos irmãos e dos cultos da igreja, sozinhos, não sabemos reconhecer aquilo que é venenoso para a alma, o espírito e o corpo e podemos perder a fé.

 

E em sexto lugar, a lã que a ovelha produz, não pertence à ela. 

O pastor que cuida da ovelha, é o dono da lã.

Qual é a analogia agora? Na vida do crente, tudo o que ele produz, pertence ao Senhor, o divino Pastor, porque ele mesmo é do Senhor.

No Sl 100.3 está escrito assim: “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto”. Nós somos do Senhor. É para Ele que nós produzimos.

 

Eu quero continuar estudando com você cada detalhe deste Salmo, mas, por hoje, vamos ficar com o seguinte pensamento: o Salmo 23 é o salmo da ovelha, porque é a ovelha falando da sua experiência.

O Salmo 23 é a canção aflita das ovelhas assustadas. Então, se a ovelha falasse, o salmista está imaginando, é isso que ela iria falar, porque ele, como filho de Deus, está se vendo como ovelha, então, eis o que ele diz:

Que no Pastor, que é o Senhor, o Deus eterno, ele encontra tudo de que precisa, por isso a ovelha declara: “nada me faltará”.

“Eu não terei falta de descanso ou de provisão”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, me faz repousar em verdes pastos”.

“Eu não terei falta de paz ou refrigério”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, me leva para junto de riachos tranquilos”.

“Não me faltará restauração ou incentivo quando enfraquecer, falhar ou cair”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, renova minhas forças” ou “Refrigera a minha alma”.

“Não terei falta de orientação”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, me guia pelos caminhos da justiça”.

“Não terei falta de coragem quando o meu caminho estiver escuro”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo”.

“Eu não terei falta de companhia”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, está ao meu lado”.

“Eu não terei falta de consolo”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, com Sua vara e Seu cajado me consolam”.

“Eu não terei falta de suprimento”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, prepara um banquete para mim na presença de meus inimigos”.

“Não me faltará força e honra”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, unge minha cabeça com óleo”.

“Não passarei necessidade”. Por quê? “Porque Ele, o Senhor que é o meu pastor, faz com que o meu cálice transborde”.

“Não faltará a presença permanente de Deus comigo”. Por quê? “Porque, certamente, a bondade e o amor do Senhor que é o meu pastor, me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para sempre”.

 

Irmão, tudo isso só é possível na vida da gente por causa do que Jesus, o Bom Pastor, fez pelas Suas ovelhas.

Em Jo 10.11-15, está escrito: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor sacrifica sua vida pelas ovelhas. 12 O empregado foge quando vê um lobo se aproximar. Abandona as ovelhas porque elas não lhe pertencem e ele não é seu pastor. Então o lobo as ataca e dispersa o rebanho. 13 O empregado foge porque trabalha apenas por dinheiro e não se importa de fato com as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor. Conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como meu Pai me conhece e eu o conheço; e eu sacrifico minha vida pelas ovelhas”.

Conclusão

Talvez, você precise se arrepender de querer viver independe de Deus; talvez você precise se arrepender de viver por conta própria, achando que é bom para isso.

Hoje, você deve se submeter ao cuidado do Bom Pastor, pois somente assim, é que sua alma cantará o salmo da ovelha – o Salmo 23.

Você já entregou a sua vida para Jesus dirigir e abençoar?

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 14.06.2020

Fonte: Pr Leandro B Peixoto

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