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FAÇA O MELHOR PARA SUA FAMÍLIA

Lucas 15.11-24

 

INTRODUÇÃO

Eu vou compartilhar com vocês hoje, uma palavra baseada em Lc 15.11, que é o texto onde Jesus conta a famosa Parábola do Filho Pródigo. Eu penso que o Senhor tem algo muito especial para tratar com cada um de nós aqui. [leitura do texto]

Leio este texto para aprendermos um pouco sobre família. Maio é tradicionalmente o mês da família. Nesse mês temos o Dia das Mães e muitos casamentos acontecem nesse mês, por isso, maio é o mês da família.

Pois bem, Jesus conta nessa história de um pai que teve uma experiência traumática e conta de um filho que foi o elemento principal desse trauma.

A Parábola do Filho Pródigo é a história de uma família que experimentou uma grande crise, uma terrível dificuldade.

Sabe, existem dois momentos muito perigosos na vida de qualquer um de nós. Há dois momentos muito perigosos na vida de qualquer pessoa.

O primeiro momento perigoso é aquele vivido por José do Egito, que a Bíblia conta no livro de Gênesis 39.

A Bíblia conta que José do Egito era assim: aonde José colocava a sua mão, dava certo. Onde José colocava a sua mão, prosperava. Aonde José colocava sua mão, Deus abençoava.

José do Egito foi um sucesso de pessoa! Mas como alguém afirmou e é verdade: o sucesso é um terreno perigoso... é um campo minado.

 

Já brincou de Campo Minado? Aquele jogo bobinho que vem no Windows do seu computador? O objetivo é você encontrar os quadrinhos vazios e evitar as minas, as bombas. Então você clica num quadrinho, mas o campo é minado – um clique no quadrinho errado, pronto! Game Over!

O sucesso é assim, é um terreno perigoso. José do Egito conheceu isso: se tornou alvo da inveja dos próprios irmãos, foi perseguido por colegas trabalho, depois foi cobiçado pela mulher do seu patrão, o Potifar.

Quanto maior o sucesso, mais riscos de morte, mais perigos.

Podemos ilustrar isto com a figura de uma pirâmide: enquanto você está na parte de baixo da pirâmide e, digamos, com pouco sucesso, a sua liberdade é muito ampla, ninguém ainda te conhece, então ninguém te observa, ninguém te persegue, ninguém te vê.

Mas na medida em que você vai crescendo no seu sucesso, você vai se expondo e o espaço para a sua movimentação com liberdade, vai diminuindo.

E quanto mais você sobe, quanto mais alto o seu sucesso, mais você é percebido, mais você é observado, mais você é analisado, vasculhado e, pode ter certeza, invejado, perseguido, assediado... então, quando você tem sucesso, cada passo seu se torna alvo de um perigo muito grande.

E é vivendo esse tempo de sucesso que toda pessoa corre o grande risco de baixar a guarda, de se descuidar.

Quantos que alcançando o sucesso começaram a pensar que agora são os tais, são os maiorais, e que na verdade não são – são apenas míseros mortais que só estão numa posição diferente de antes.

Você ainda almeja ter sucesso? Ouça, não é errado você querer alcançar o topo do seu empreendimento, o topo da sua carreira. Não é errado, só é um campo minado. Portanto, cuidado, sabedoria, dependência de Deus.

O outro momento muito perigoso na vida de qualquer pessoa, é o momento da perda.

Você já ouviu falar sobre Jó aqui da Bíblia. Ele é um bom exemplo disso, na verdade, a esposa dele. Jó sofreu a perda dos filhos, a perda dos seus bens, a perda da saúde e, como este é um momento muito perigoso, a mulher dele se revoltou contra Deus.

Esse é o perigo do momento da perda. Com o pai do filho pródigo, aqui do texto, aconteceu a mesma coisa, os mesmos perigos.

Porque a perda que esse pai sofreu não foi a perda de qualquer coisa, não foi a perda de algo, foi a perda de alguém! O que esse pai perde não é valor material. O que ele perde é alguém de valor.

Portanto, o grande desafio no tempo de perda, é você não se perder com as perdas.

As perdas vão acontecendo, mas o grande desafio é você não se deixar perder junto com elas.

Por que esse tempo das grandes perdas é um tempo perigoso na vida de qualquer pessoa? É porque se você não tiver a sua firmada em Deus, você corre o sério risco de questionar o próprio caráter de Deus, aliás, como fez a mulher de Jó.

A mulher de Jó estava quase que se perdendo com as perdas. Ela chegou a dizer pra Jó, o seu marido: “Amaldiçoa o seu Deus e morre”.

Portanto, esse momento que é chamado de momento da perda é muito perigoso.

Agora, a verdade, é que tudo depende de como você faz a leitura desse tempo.

Você sabia que para o chinês crise pode significar duas coisas? Para o chinês, uma crise pode significar perigo ou oportunidade de crescimento.

O ex-presidente norte-americano John Kennedy, popularizou isso num discurso que fez. Disse ele: "Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade."

O chinês olha para a crise e diz: “Depende da minha maneira de ver, depende da minha maneira de enxergar. Depende da leitura que eu faço da crise. Ela pode ser um grande perigo, como pode ser uma grande oportunidade para eu crescer.

E qual foi a leitura da crise que o pai da Parábola do Filho Pródigo fez?

Ele não era chinês nem nada, mas fez uma leitura positiva da crise e não negativa.

Quer dizer, apesar dele estar perdendo, ele não se deixa perder com a perda. E, irmão, aqui está o grande segredo para você também vencer em tempo de crise.

Não se deixar perder em meio as perdas que acontecem e que podem acontecer na sua vida.!

Faz como o chinês faz: uma crise pode ser interpretada como um perigo ou como uma oportunidade. Que leitura você escolhe fazer da crise?

Esse pai da parábola aqui, ele fez uma leitura positiva do que estava acontecendo. Podemos ter certeza disso, porque ele não desiste dos projetos que tem.

Esse pai, esse chefe de família, ele não diz: “Puxa vida, não valeu a pena ter me casado e ter dois filhos. Não valeu a pena investir em família. Não valeu a pena construir a casa. Não valeu a pena fazer nada do que eu fiz”.

Ah! Muito pelo contrário, esse pai não fala nada disso. Porque a leitura dele da crise (que crise? ...o filho que foi embora, que partiu, que virou as costas!) – a leitura que esse pai faz da crise, da perda que sofre, é uma leitura positiva. ]

Então, a questão pra nós, essa noite, é essa: O que nós podemos aprender com este pai? O que podemos aprender com tudo que aconteceu na casa nessa casa, nessa família?

 

O texto contém muitas lições e eu quero apontar duas hoje. Lição número um: entenda que nem tudo na família sai do jeito como nós planejamos.

É, nem tudo na família sai como planejado. Eu Tenho dois filhos. Sempre procurei garantir boa escola pra eles. Hoje eu estou investindo na faculdade do Davi, estou investindo no inglês da Ana Beatriz... em casa, sempre procuramos dar aos filhos o conforto que conseguimos dar.

Desde cedo temos investido também na vida espiritual deles – o Davi sempre soube o que é uma classe bíblica na igreja, Domingo de manhã. Procuramos dar esse valor pra Ana Beatriz, também. O primeiro presente de cada um deles, foi uma Bíblia colorida, com bichinhos, própria pra uma criança.

Porém, apesar de tudo que eu e Tânia estamos fazendo, eu vivo com uma consciência: nem tudo na família sai como nós planejamos.

Se você perguntar se o filho pródigo, aqui do texto, tinha ele algum motivo pra se rebelar, tinha ele algum motivo pra sair de casa?

A resposta é que ele não tinha motivo nenhum, nenhum, pra fazer isso. Pelo contrário, ele tinha era muitos motivos pra ficar em casa e nunca virar as costas pro pai.

Porque, olha só, quando Jesus fala desse pai, Jesus está descrevendo o próprio caráter de Deus.

Inclusive, a interpretação clássica desse texto é justamente essa: que o pai da história é o próprio Deus, que nos ama, que nos cerca de amor e de cuidado. E o filho pródigo representa o ser humano, cada um de nós que, em Adão e Eva, virou as costas para Deus e saiu para viver a vida por conta própria.

 

Então esse pai da história, Jesus descreve como sendo possuidor do mesmo caráter de Deus, isto é, era um pai bom, zeloso, cheio de amor e de cuidados. Aquele filho era filho desse pai!

E depois disso, esse filho tinha um campo de novilhos, ele tinha uma casa, ele tinha uma família. Ele tinha acesso a boa música, ele tinha amigos, ele tinha irmão e ele tinha muitos empregados.

No v.31 está escrito que o pensamento do pai era até o seguinte: “Filho, tudo que é meu é seu”.

Portanto, amado, não tinha motivo pra esse filho se rebelar. Mas nem tudo sai como planejamos em casa. Você está preparado para isso? Quando a crise chegar, qual vai ser a leitura que você vai fazer dela?

Agora escute: se na família, se na casa da gente, nem tudo sai conforme planejado, e foi assim na casa desse pai, então, por que esse pai ainda fez o melhor que pode por seus filhos e por sua família?

Se na família nem tudo sai como planejamos, porque esse pai investiu no que pode investir?

Sabe porque? Porque, por melhor que a gente faça, por mais que a gente queira o bem do outro, isso não tira o direito do outro escolher o que ele mesmo quer.

Por melhor que nós façamos como pais, como marido, como esposa, como filhos, como irmãos, isso não tira o direito de cada um escolher aquilo que quer – as pessoas têm livre arbítrio, tem o direito fazer suas escolhas e tomar suas decisões.

Agora, preste atenção: por causa deste fato, faça sempre o melhor que você puder.

Faça sempre o seu melhor, para que amanhã, você não tenha que sofrer com a dor da culpa, com a dor do remorso nem com a dor do arrependimento.

Esse pai teve tudo pra perder o sono de muitas noites, você não acha?

Ficar sem dormir por causa da dor da perda, por causa da dor da saudade... esse pai podia ficar sem dormir por causa da dor da separação.

Mas eu te digo uma coisa: esse pai podia ficar sem dormir por causa da dor da perda de um filho, mas nunca, esse pai iria cair em depressão por causa dor da culpa.

Sabe o sentimento de culpa? “Ah! Por que eu não fiz o que devia ter feito? Por que eu não fiz?” Não! Sentir a dor da separação, sim, mas a dor da culpa, nunca. Por que? Porque esse pai sempre fez o melhor para os seus filhos, o melhor para sua família. O melhor.

Você sabe que Judas Iscariotes traiu Jesus. Mas antes disso acontecer, Judas estava lá, convivendo com Jesus, acompanhava junto com os outros discípulos, e Jesus sabia que algo estranho estava no coração de Judas.

Quando Jesus teve a última ceia com os discípulos, Judas estava lá e sabe o que Jesus fez? Ele lavou os pés de Judas.

Imagina a cena: Jesus vinha lavando os pés de Pedro, os pés de João, os pés de Tomé e quando chega a vez de Judas, Jesus podia dizer: “Não, os seus pés eu lavo... você não vai com a minha cara, eu também não vou com a sua”.

Jesus podia pular os pés de Judas, mas não fez isso. Por que Jesus não deixou Judas pra lá, sabendo que ele haveria de trair?

Ah! Jesus não quis, lá na frente, ter que sentir a dor da culpa, a dor do remorso e a dor do arrependimento.

Mesmo quando Judas chegou naquela hora para lhe dar o beijo da traição, Jesus olhou pra Judas e disse: "Amigo, que é que o traz?" (Mt 26.50 – NVI).

Sabe o que Jesus estava dizendo pra Judas? “Se Você desistir de mim, eu não desistirei de você. Judas, eu continuarei fazendo o meu melhor pra você”.

Faça o seu melhor. Faça o melhor pra sua sogra!

 

Em geral as sogras são alvo de muita piada, algumas até de mau gosto; mas faça o melhor pra sua. Faça o melhor pro seu sogro!

Faça o melhor pra sua mulher. Faça o melhor pra seu marido. Faça o melhor para os seus filhos. Faça o melhor para a sua família!

Para que amanhã, se você tiver que estar ao lado do caixão de um deles, ao invés da dor do remorso te levar a cair em depressão, em vez disso, você possa dizer: “eu fiz o melhor”.

O filho dessa história desistiu do pai, mas esse pai nunca desistiu do filho. Aleluia!

Eu quero te contar uma história que eu ouvi e vou terminar com ela.

É a história de um garoto chamado Juca que chegou em casa e ele chamou o irmãozinho pra brincar logo pela manhã, e ele estava brincando de bolinha de gude. De repente o Juca olha pro irmão e diz assim: "Ricardo, eu te amo,viu! Eu nunca quero ficar longe de você!" O Ricardo olhou assim pro Juca e disse: "Você ficou louco? Deixa de bobagem, larga de palhaçada. Joga logo. É a sua vez!" Juca ficou sem graça.

De tardinha, depois de terem brincado muito, o pai chega do trabalho estressado, nervoso com alguma coisa, e aquele filho chega e fala: "Papai, você sabe que eu te amo muito e não quero nunca ficar longe de você?" O pai estressado diz: "Deixa de besteira moleque, pára com isso e vai brincar".

O menino corre para o quarto, a mãe sente a sua falta e vai procurá-lo. Quando a mãe entra no quarto, Juca está agachado no canto da parede, chorando, chorando e chorando. A mãe levanta e abraça o filho e ele diz: “Mamãe, voce sabe que eu te amo e que eu nunca quero ficar longe de você? A mãe abraça, enxuga suas lágrimas e diz: “Juca, mamãe também te ama e nós sempre vamos estar juntos”.

Quando eles estavam pra dormir, a mãe disse pro marido, que chamava José: "Querido, eu estou muito preocupada com o Juca. O comportamento dele tá diferente”. O marido fala: “Esse menino tá querendo chamar a atenção. Deita e dorme, mulher".

E todos dormiram. Duas horas da manhã o menino acorda, vai até o quarto do irmão, acende a luz e fica olhando pro rosto do irmão dormindo, que leva um susto e acorda: “Que foi, meu? Você não tem que fazer, não? Me deixa dormir!"

Juca apagou a luz sem graça e foi para o quarto do pai. Acendeu a luz e ficou assim, olhando pro pai e a mãe dormindo, mas por causa da claridade, o pai acordou e falou: "Você tá doente? Vai dormir menino. Vai deitar antes que eu te dou uns tapas!"

Sem graça, Juca apagou a luz e foi deitar. Dormiu, no outro dia a família acorda cedinho: o Ricardo acordou, o pai acordou, a mãe acordou. E aí, o José percebeu que o outro não acordava, foi lá chamar gritando: "Você não levantar, não? Vai perder a hora da escola, menino!"

Deu uma saída, viu que não levantou, chegou no quarto, puxou o cobertor e disse: “Levanta, menino!” Só que ele percebe que o menino não se move, o menino não se mexe. E quando ele olha direito, o menino está pálido, com os olhos fechados... José põe a mão sobre o filho e... ele está morto.

E José começa a gritar: “Joana, Joana, o Juca morreu”. O irmão corre e diz: “Não é possível”. E aí, Ricardo percebe que o irmão dormiu com um papel na mão. A família pega o papel e lê o que o Juca tinha escrito.

Ele escreveu assim: "Ontem a noite Deus veio falar comigo através de um sonho. Apesar de eu amar minha família, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer. Então, gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não tenha vergonha de amar seu irmão. Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo. Papai, o senhor trabalha muito e se esqueceu de viver. Eu amo vocês".

Palavra do Senhor para o seu coração, esta noite, é essa: Faça o melhor que você puder para que amanhã, você não fique deprimido com a dor do remorso.

O pai do filho pródigo não chorou por causa da dor do arrependimento, não chorou por causa da dor do remorso, porque ele fez o melhor que podia.

Amado, faça o melhor por sua família.

 

Pr Walter Pacheco

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