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LIÇÕES DO BOM SAMARITANO

Lucas 10.25-37

 

Jesus foi um grande contador de parábolas. Pra quem não sabe, parábola é uma história inventada, fictícia, criada na imaginação.

Jesus é o Mestre por excelência e usou desse recurso, contar histórias simples, pra ensinar lições profundas. Usando parábolas, Jesus ensinou verdades extraordinárias.

Nós temos no Novo Testamento bíblico, mais de 30 parábolas contadas por Jesus e algumas muito famosas, como a do Filho Pródigo, a da Ovelha Perdida e outras mais.

Esta aqui é uma dessas lindas parábolas que Jesus contou, ela é conhecida como a Parábola do Bom Samaritano.

O nome samaritano faz referência a um lugar, a uma cidade de nome Samaria (ou Samária) da época de Jesus. Hoje está situada entre os territórios da Cisjordânia e de Israel, no Oriente Médio.

Mas, esta parábola, ao longo dos séculos, tem impactado o coração de todos os que a leiem, escutam, estudam e que até assistem, porque esta parábola virou filme, peça de teatro e até telas de pintura.

Além disso, imagina, a Parábola do Bom Samaritano tem servido de inspiração também, para muitas instituições.

O que tem de hospital chamado Bom Samaritano! Farmácias, colégios, hotéis e pousadas; existem grupos e associações espalhados pelo mundo com esse nome! Todos inspirados na parábola que Jesus contou.

Pois, nesta noite, vamos fazer deste personagem da história, que não tem nome, apenas ficou conhecido como o bom samaritano, vamos fazer dele o nosso professor. Vamos nos inspirar naquilo que ele fez, pra nós fazermos também. Vamos?

 

Então, que lições aprendemos com o personagem desta história?

...primeira lição:

1- SEJA UMA PESSOA QUE SE COMPADECE.

No v.33, lemos que o samaritano se compadeceu, que foi movido de íntima compaixão. Quer dizer, nos seus sentimentos, nas suas emoções, ele se condoeu, compadeceu, sentiu a dor da situação do outro.

E sabe, este foi o diferencial do samaritano. Se você prestar atenção no que Jesus conta, vai ver que tem um fato que se repete.

No v.31, vemos que aconteceu de passar pela estrada um homem, sacerdote, que viu que alguém estava caído na estrada, e passou de largo. No v.32, lemos que veio outro homem, um levita, que viu alguém caído na estrada e passou de largo. No v.33, lemos que chegou o samaritano, viu que alguém estava caído na estrada, e esse não passou de largo, porque se encheu de compaixão. Olha o diferencial!

Todos os outros que passaram por aquele lugar, viram que havia alguém caído na estrada. Mas, sabe o que ver e não enxergar? Tá mais pra fazer de conta, né? A pessoa vê e faz que não viu.

O duro é que esse comportamento chegou no WhatsApp e outras redes sociais também. Você manda a mensagem, a pessoa visualiza, só que tem um recurso (ela mexe lá), que te deixa com a impressão de que ela não visualizou. Ela viu, mas faz que não viu. Eu não gosto muito disso, não.

O samaritano, porém, viu, enxergou. Ele não apenas olhou para aquela situação e ficou pensando: “Que coisa triste. Olha o que fizeram com esse pobre coitado!” A Bíblia diz que ele se compadeceu.

A palavra compaixão significa mais do que sentir pena ou sentir dó, porque é o sentimento acompanhado do desejo de fazer alguma coisa pelo sofredor.

E é o que vemos o samaritano fazer. O v.33 diz que ele se moveu em íntima compaixão. Ele não ficou somente no sentimento de dó, ele se importou, ele se moveu a fazer o que está dito no v.34.

Irmãos, esta é a primeira lição para a nossa vida hoje. Você tem que ser uma pessoa que se compadece. Devemos ser pessoas que se importam. Aquilo que fere o teu próximo, tem que te incomodar, tem que te doer, tem que, de alguma maneira, te ferir também.

O mundo é tão marcado pelo egoísmo, pelo individualismo; é cada um por si, que a compaixão tem se tornado uma virtude cada vez mais necessária.

E essa virtude, irmão, mostrar compaixão, não é só necessária no mundo, porque não é só o mundo que está carente dela, não! A nossa igreja aqui, também está carente dessa virtude.

Temos muito serviço a ser feito: ação social, evangelismo, desenvolver atividades pra moças e rapazes, pra homens... mas estamos carentes de irmãos e irmãs que se compadeçam.

Um serviço importante é a programação para o Natal. Tem que haver ensaios, organização. E temos tido pessoas passando de largo, mas o que precisamos é de membros que se importem, que se compadeçam, que se movam com compaixão.

Irmão, todo serviço é feito com as mãos, mas começa no coração.

Primeira coisa que o samaritano fez: se deixar compadecer. Deixa o seu coração ser movido em compaixão. Não passa de largo, não. Se comova com as necessidades da igreja. Se comova também pelo seu próximo. Seja uma pessoa que se compadece!

...a segunda coisa que o samaritano nos ensina:

2- SEJA UMA PESSOA QUE SE ENVOLVE.

Esta é a próxima coisa muito bonita que a gente vê no samaritano; é que ele se envolveu. A Bíblia diz no v.34, que ele se aproximou do caído na estrada.

Então, ao encher-se de compaixão, a Palavra diz agora, que aquele homem samaritano chegou perto, se aproximou. Isto significa que ele se envolveu.

Naquele tempo de Jesus, os samaritanos não simpatizavam com os judeus e vice-versa. Os judeus insistiam que Jerusalém era a cidade sagrada, o lugar de culto, e os samaritanos defendiam que o monte Gerizim era o local principal para o culto. E viviam nessa desavença.

Portanto, era de se esperar que o samaritano dessa história, também passasse de largo por aquele que estava caído no chão.

Jesus conta, está no v.30, que aquele caído na estrada, era um homem que descia de Jerusalém para Jericó.

Devia ser judeu! Mas, mesmo havendo aquela inimizade histórica entre judeus e samaritanos, esse samaritano não passou de largo, mas se aproximou, chegou perto.

Esta é a segunda lição pra nós. Além de sentir compaixão, é necessário ter envolvimento.

Muitas vezes, irmãos, nós queremos ajudar à distância.

Ajudamos com dinheiro e falamos: “Olha, estou dando essa oferta aqui, pro serviço do louvor, pro serviço da evangelização”. Agora temos o serviço do ônibus e é possível que alguém fale: “Olha, aqui está uma colaboração pra ajudar no aluguel ônibus”. Mas, mantendo distância, sem se envolver pessoalmente com o serviço.

Não sei se você já prestou atenção sobre como o dízimo deve ser entregue. A Palavra de Deus não fala: “Mandem entregar o dízimo no depósito do templo”, isto é, você separa o dízimo e manda alguém entregar ou pede alguém pra levar.

Não. O que está escrito é: “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo” (Ml 3.10 – NVI). Deus fala pra cada um trazer. Você separa e você traz, porque mais importante que o dízimo, é a sua presença, a sua participação, o seu envolvimento.

E, sabe, o que as pessoas precisam não é só de dinheiro, não é só de pão, não é só de medicação, não é só de roupa e não é só de moradia. As pessoas precisam de sua presença, do seu envolvimento. Então, antes do presente, vem a presença! Antes da oferta e do dízimo, vem a presença.

Nós precisamos fazer, dentro da igreja e fora da igreja, o que o samaritano fez. Olha o v.34: “Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele”.

Nós precisamos descer do cavalo e chegar mais perto e colocar as mãos na situação que precisa de ajuda.

Então, onde estiver uma necessidade, devemos abençoar com a nossa presença, com o nosso envolvimento.  

Contribuir com dinheiro é preciso. Afinal, é com dinheiro que se paga a energia elétrica, a água, o aluguel, os materiais. Eu sou muito agradecido a Deus por ver irmãos que contribuem, que fazem ofertas e são dizimistas.

Mas, querido irmão, não é suficiente. A gente tem que chegar junto, tem que se envolver, tem que se aproximar do necessitado.

No lugar aonde você mora, com certeza tem um necessitado: alguém acamado, angustiado. Se envolva, participe um pouco, marque presença. Não passa de largo não.

Aqui na igreja, participe de algum ministério, envolva-se em algum serviço! O que você gosta de fazer? Tirar fotos, serrar madeira, ensinar crianças, cantar? Seja uma pessoa que se envolve!

 

...a terceira coisa que aquele bom samaritano ensina, é:

3- SEJA UMA PESSOA QUE AJUDA.

No enredo da história contada por Jesus, vemos que o samaritano sentiu compaixão e se envolveu e aí, percebeu que havia algumas coisas que ele podia fazer.

Lendo o v.34, entendemos que o samaritano carregava, devia ser uma mochila, e dentro dela, os seus pertences e junto, um pouco de vinho e de óleo.

Pra quem viajava naquela ocasião à cavalo, por estradas mal conservadas, carregar vinho e óleo, isso servia como caixinha de primeiros socorros, porque, tanto o vinho quanto o azeite têm propriedades terapêuticas.

O vinho contém álcool, desinfeta as feridas e o azeite alivia as dores. E assim, o samaritano pode ajudar.

Outro detalhe no v.34, é que o samaritano pode colocar o ferido sobre a sua própria montaria e carregá-lo até uma pousada, uma pensão, onde certamente, ele teria melhores condições de se restabelecer.

Pensa se não fossem aquelas ações do samaritano. O homem poderia ter morrido na beira da estrada, engordando as estatísticas da violência.

Mas, o que Jesus quer nos ensinar com esta história? É que quando você se compadece e você se aproxima, você descobre que pode ajudar de alguma maneira.

Às vezes, olhamos para a situação do mundo: jovens nas drogas, na prostituição, moradores de rua e tantas pessoas sem ter as mínimas condições de moradia, sem saneamento básico, e lamentamos não poder fazer nada.

Na igreja também: às vezes, você olha para uma necessidade, e você lamenta: “Ninguém faz nada!” E você mesmo se sente de pés e mãos atados e diz: “Eu não posso fazer nada. Quem sou eu pra fazer alguma coisa?”

Mas, vamos ver o que Jesus está ensinando aqui? Jesus está dizendo que quando a gente se importa e a gente se aproxima, é aí que a gente descobre que existem coisas que nós podemos fazer.

E, às vezes, são coisas pequenas, mas fazem a diferença. O samaritano não conseguiu acabar com a criminalidade em Israel. Ele não conseguiu dar fim nos assaltos praticados por bandidos naquela estrada que ligava Jerusalém a Jericó. Mas, uma vida, ele abençoou. Pra uma pessoa, ele fez diferença.

E agente sabe que aos olhos de Deus, uma única vida vale mais do que o mundo inteiro. Importe-se, envolva-se e ajude.

 

...quarta lição, pra terminar:

4- SEJA UMA PESSOA QUE PAGA O PREÇO.

A ação daquele samaritano teve um custo pessoal. Olha o v.34 de novo: ele levou mais tempo na viagem do que desejaria levar. Tivesse com compromisso de hora marcada, teve que remarcar. Não gostamos disso.

O samaritano também teve que enfiar a mão no bolso, abrir a carteira, porque lemos no v.35, que ele deixou dois denários com o dono da pensão.

Denário era o nome do dinheiro na época do império romano. Cada denário valia um dia de serviço. O samaritano deixou dois! E ainda disse: “Se a conta dele for além disso, eu pagarei a diferença”.

Talvez, aquele homem nunca ficou sabendo quem foi a pessoa que o ajudou tanto. Depois de ter se refeito do desmaio, é possível que ela tenha perguntado: “Como que eu cheguei aqui?” E as pessoas explicaram pra ele: “Olha, um samaritano encontrou você caído na estrada, cuidou de você, te trouxe e pagou pra que você ficasse aqui até se restabelecer”.

Meus irmãos, toda boa ação tem um custo. Tem um preço. Não é de graça. Os músicos nos abençoam, mas tem o preço dos ensaios...

Então, devemos nos perguntar: Como temos servido ao Senhor e aos irmãos? Porque dar de si com má vontade, dar com dó, ou dar esperando reconhecimento, não é dar da maneira correta.

Mas, de uma coisa podemos ter certeza: fazer o bem tem um preço, tem um custo. Às vezes, a pessoa faz o bem e recebe o mal em pagamento do bem! É injusto, mas acontece.

Esse, por exemplo, foi o preço que Jesus pagou. Jesus é o Salvador. Nenhum ser humano, pecador como é, precisa ir condenado para o inferno, porque recebeu o castigo em nosso lugar ao morreu na cruz!

Mas, o que Jesus tem recebido em troca, por parte de muitos? O desprezo, a rejeição. Mais da metade da população atual do mundo, ainda não é crente em Jesus, ainda não O recebeu como Salvador.

E aí, a opção que temos é ficar na nossa, na indiferença, no tanto faz/tanto fez. Achamos melhor não pagar preço nenhum.

Mas, com essa atitude, nos tornamos nos piores seres humanos que poderíamos ser pra esse mundo. E com essa atitude, para a igreja, nos tornamos nos piores membros que ela poderia ter.

Se você pode ajudar alguém lá fora e pode ajudar aqui dentro e, isso vai te custar alguma coisa, mas, pague o preço com alegria. Pague com satisfação, sentindo que vai valer a pena.

O homem caído na estrada foi ajudado, foi abençoado, mas o samaritano também foi abençoado. Ele foi salvo do egoísmo, foi salvo da indiferença.

 

Conclusão

Irmãos, o tipo de pessoa que o samaritano foi, sejamos também!

Que estas lições da história que Jesus contou do bom samaritano, sejam compreendidas, guardadas e colocadas em prática por nós. Amém.

 

Pr Walter Pacheco da Silveira

Fonte: Marcelo Aguiar

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