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COMO SABER A VONTADE DE DEUS

Romanos 12.1-2

 

​“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:1,2

 

Introdução

Esta carta aos romanos é uma das 13 que o apóstolo Paulo escreveu inspirado por Deus. Algumas das suas cartas são bem pequenas. Recebem o nome de cartas, mas comparadas ao tamanho de outras, são como bilhetes.

Mas esta carta aos romanos é a mais robusta, substanciosa; é um verdadeiro tratado teológico.

 

Nela, o apóstolo Paulo fala sobre o grande plano da nossa salvação, que Deus estabeleceu desde a eternidade, executou na história e que vai fechar com chave de ouro, com a volta de Jesus.

 

Pois bem, depois de tratar sobre isso na primeira parte desta sua carta (capítulo 1-11), agora, do capítulo 12 em diante, o apóstolo Paulo se ocupa com a prática dos ensinamentos teológicos de que tratou na primeira parte.

Esse capítulo 12, então, é como que uma porta, permitindo a passagem da teoria para a prática. E Paulo começa com um dos assuntos mais empolgantes: como você pode conhecer a vontade de Deus para a sua vida?

 

Esta é uma questão bastante comum. Pessoas interessadas em viver bem, elas se perguntam: “Como eu posso saber qual é a vontade de Deus para mim?”

 

Algumas pessoas perguntam assim: “Como que eu posso descobrir a vontade de Deus para a minha vida?”

Mas essa não é uma boa pergunta. Quando se diz “preciso descobrir a vontade de Deus”, a impressão que se tem é que Deus brinca de esconde-esconde com a vontade dEle.

 

Sabe aquela brincadeira dos três copinhos? O jogo é assim: uma bolinha é escondida debaixo de um copinho; os três copinhos são embaralhados sobre a mesa. O desafio é descobrir debaixo de qual deles está a bolinha.

 

Quando uma pessoa diz que “precisa descobrir a vontade de Deus”, é como se ela estivesse escondida debaixo de um dos copinhos e Deus torcendo para ninguém não descobrir. Ora, isso não condiz com a natureza de Deus.

 

A Bíblia revela que Deus tem um plano para cada um de nós. Está escrito: “Pois eu bem sei que planos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; planos de prosperidade e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança”. E mais adiante está escrito: “Eu me deixarei ser encontrado por vós, diz o SENHOR” (Jr 29.12, 14 – ALM21).

 

Então, será que faz sentido achar que Deus fica escondendo a vontade dEle de nós? Tem lógica Deus falar que tem um plano para cada vida e esconder esse plano, para que não seja conhecido por Seus filhos?

Não tem lógica. Então, é melhor dizer assim: “eu preciso conhecer a vontade de Deus”. É mais correto falar em saber ou conhecer, do que descobrir.

 

Deus é o maior interessado em que você conheça a vontade dEle, pode ter certeza disso.

Então, nessa carta, o apóstolo Paulo vai nos mostrar quatro pistas que precisamos tomar, a fim de que, com toda a segurança, possamos conhecer e experimentar a vontade de Deus para a nossa vida e ele já deixa claro logo: a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita.

 

Mas, o que você precisa fazer para saber a vontade de Deus para a sua vida?

1- A primeira pista que o apóstolo Paulo dá, é você tomar uma DECISÃO.

E para mostrar isso, ele faz um pedido forte. Ele começa o assunto dizendo assim: “Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (v.12.1 – NAA).

 

Algumas versões da Bíblia até traduzem “pedir” por “rogar, suplicar”: “rogo-lhes” (NVI). É uma petição caprichada!

Por que? Esteja lembrado que, até então, o apóstolo Paulo vinha escrevendo nesta sua carta sobre aquilo que Deus fez por nós, mas agora, ele cria uma porta de passagem, e passa a falar sobre aquilo que nós devemos fazer para Deus.

 

Então, Paulo começa rogando, pedindo com força, para que os irmãos de Roma pudessem, pelas misericórdias de Deus (isto é, por aquilo que Deus fez por eles e por nós), eles pudessem agora, apresentar a vida deles para Deus.

O apóstolo Paulo fez esse pedido aos cristãos romanos, mas como é Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo, o pedido chega para nós também, e a petição é: considerando o que Deus fez por você, faça agora uma coisa para o Senhor: apresente a sua vida para Deus, se ofereça para Deus, entregue a sua vida para Deus dirigir.

Portanto, veja: nós começamos a conhecer a vontade de Deus quando nós tomamos uma decisão, a decisão de nos entregar a Deus.

 

Você já entregou a sua vida para Deus dirigir e abençoar? O apóstolo Paulo começa por esse caminho, o caminho da Decisão – decidir entregar a vida para servir a Deus, amar a Deus, obedecer a Deus, é a primeira pista que você precisa tomar.

Ora, que sentido faz querer conhecer a vontade de Deus e não estar decidido a viver em acordo com a vontade de Deus?

 

Decida servir a Deus. Decida deixar que Deus dirija e abençoe a sua vida. É a primeira coisa.

 

2- A segunda coisa que Paulo vai mostrar que precisamos fazer para saber a vontade de Deus, é a APRESENTAÇÃO.

Ele diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (TB).

 

O apóstolo Paulo usa nesse verso a palavra “apresentar”, que é a mesma palavra usada no Antigo Testamento, para o sacerdote que ia oferecer um sacrifício sobre o altar do culto a Deus.

 

Na época do Antigo Testamento era assim, a base do culto era o sacrifício.

Na época mais primitiva, o livro de Gênesis já conta que os filhos de Adão e Eva, o Caim e o Abel, ofereceram sacrifícios em adoração a Deus. Caim pegou alguns produtos da sua lavoura e os ofereceu a Deus. Abel pegou o primeiro carneirinho nascido no seu rebanho e ofereceu a Deus.

 

O culto daquele tempo, consistia da apresentação de sacrifícios, de animais ou cereais. Deixou de ser assim quando Jesus, o Filho de Deus, a Si mesmo Se ofereceu em sacrifício sobre a cruz por nós.

 

Inclusive, quando João Batista batizava discípulos no rio Jordão, ele avistou Jesus que chegava e disse, lembrando do sacrifício nos cultos do Antigo Testamento: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João Batista entendeu logo: Jesus veio ao mundo para se tornar o sacrifício perfeito de uma vez por todas. Ele é Aquele que tira o pecado do mundo!

 

Mas, acontecia o seguinte no Antigo Testamento: quando o sacrifício era colocado sobre o altar, ele não podia ser tomado de volta.

Quando você tem um encontro com Deus, quando você recebe Jesus como o seu Salvador, você é o sacrifício. Você oferece o seu corpo para Deus, o corpo e todo o seu ser. Então, o seu corpo não lhe pertence mais, porque a partir dessa hora da entrega, o seu corpo se torna a habitação, a morada do Espírito Santo.

 

E, uma observação: é para você apresentar a Deus o seu corpo como sacrifício morto? Não, como sacrifício vivo.

Agora, com a morte de Jesus na cruz, é diferente do Antigo Testamento. Naquela época a vida era tirada antes de ser apresentada sobre o altar. Agora, você é o sacrifício e permanece vivo, porque Jesus morreu por você. Deus te quer vivo para sempre na presença dEle.

 

E você deve se apresentar como sacrifício impuro? Também não. Você deve se apresentar como sacrifício santo, isto é, consagrado, separado, reservado para o agrado de Deus.

 

E você deve se apresentar como sacrifício desagradável? De maneira alguma. Você deve se apresentar como sacrifício agradável a Deus. No passado, quando o sacrifício queimava sobre o altar, o cheiro que subia era como de aroma suave e agradável para Deus.

 

Então, neste ponto, somos ensinados a respeito do seguinte: que para conhecer a vontade de Deus, devemos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Como assim? Como apresentar o corpo como um sacrifício vivo? Guardando o olho de ver certas coisas. Se você se guardar de ver o que é crime, terror, violência, perversão sexual, maldades de todo tipo, você se torna um sacrifício vivo.

 

Quando você cuida para que a sua língua não diga nada vergonhoso, nada injusto, nada obsceno, você se torna um sacrifício vivo.

Quando você não deixa que a sua mão pegue no que é indevido ou faça aquilo que é ilegal, desonesto, você se torna um sacrifício vivo.

 

A mão precisa fazer o bem; a boca precisa abençoar em lugar de amaldiçoar; o ouvido precisa ouvir coisas que convém.

 

Quando procuramos agradar a Deus com as nossas mãos, com os nossos pés, com a nossa boca e com todos os nossos outros membros do corpo, aí estamos sendo o sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

O apóstolo Paulo até diz que este é o culto racional, o culto verdadeiro! Porque alguns pensam que o culto é esse que dura uma hora e que acontece uma vez por semana dentro do prédio de uma igreja. Que nada.

 

Culto verdadeiro é o que acontece quando você vai para casa, vai para o serviço, vai para a escola, vai para o lazer, e seu corpo tá lá, sendo oferecido em sacrifício vivo, para não se entreter com nada imoral, para não falar nada injusto e para sua mão não tocar ou fazer nada que seja mau.

 

Em outras palavras, o apóstolo Paulo está dizendo: é na medida que você consagra a sua vida a Deus, é que você vai vencendo o caminho que levará você a conhecer e a experimentar a vontade de Deus para a sua vida.

Mas, entenda uma coisa: você não conhecerá a vontade de Deus para a sua vida, enquanto insistir em andar na contramão da vontade de Deus.

 

Para experimentar a vontade de Deus, você precisa largar as coisas que contrariam a vontade de Deus.

 

Então, é preciso que você coloque de uma vez por todas, e deixa lá, todo o seu ser no altar de Deus, como um sacrifício vivo. A Bíblia está dizendo: se apresente, se ofereça como sacrifício e o resultado disso é que você experimentará a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

 

3- A terceira coisa que o apóstolo Paulo nos ensina: tem a decisão, a apresentação, tem também a INCONFORMAÇÃO.

Veja, por favor, o que está escrito no v.2: “e não vos conformeis com este mundo” (TB). Não se conformar é inconformar. A raiz desta palavra é fôrma.

 

Existem dois tipos de fôrma: essa de silicone é meio elástica, com as mãos você pode até mudar a aparência dela, como torcer, por exemplo. Volta ao estado de antes, mas é maleável, muda de jeito, muda de aparência.

 

E tem a fôrma que não muda, você não consegue alterar o formato dela.

 

O apóstolo Paulo diz assim: “não põe o seu pé na fôrma do mundo, porque o mundo não tem um padrão absoluto”. O que era errado tempos atrás, passou a ser certo. Tem coisas que eram falta de educação fazer em público, mas hoje é aceito; o conceito do mundo mudou. Tem coisas que era vergonhoso fazer; mas deixou de ser.

O apóstolo Paulo diz: “Não entra nessa fôrma, não. Não se conforme com isto – “não vos conformeis com este mundo”.

 

É que se você viver nos moldes deste mundo, você jamais poderá experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

 

Então, se quer mesmo saber a vontade de Deus para a sua vida, sai fora dos moldes desse mundo.

 

4- E, finalmente, em quarto lugar, o apóstolo Paulo fala da TRANSFORMAÇÃO.

Ele vai dando as pistas: para conhecer e experimentar a vontade de Deus, o caminho que você precisa tomar passa pela Decisão; depois pela Apresentação; depois, Inconformação; e agora, Transformação.

 

No v.2 está escrito assim, “mas transformem-se pela renovação da sua mente” (NVI).

 

A palavra conformar e transformar tem a mesma raiz, fôrma. Porém, a palavra conformar tem o sentido de fôrma que muda, que altera, é que nem a fôrma de silicone; se você deixar uma colher debaixo dela, a fôrma muda de jeito.

Mas, a palavra transformar, tem a ver com aquela fôrma de alumínio, de inox, que não se altera, que é sempre a mesma, não muda de jeito, mantém o formato.

 

Sabe porque? Porque o modelo para você se espelhar, se amoldar, é absoluto, é perfeito, é Jesus!

 

Você olha para Jesus, que permanece sempre o mesmo, você vai se espelhando nEle e o acontece? Você vai sendo transformado por uma ação do Espírito Santo no seu interior e vai ficando parecido com Jesus.

 

Ler a Bíblia é olhar para Jesus. A Bíblia é a Palavra de Deus, palavra inspirada, palavra sem erros, palavra infalível, palavra ponderosa.

Na medida que você vai lendo a Bíblia, a Bíblia vai lendo você; à medida que você vai mergulhando na Bíblia, a Bíblia vai transformando a sua vida.

 

E desta maneira, você vai sendo transformado pela renovação da sua mente; sua mente muda.

 

E o apóstolo Paulo conclui assim, “para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (NAA).

Quer dizer, quando você vive desta maneira, conhecer a vontade de Deus é resultado, é consequência.

 

Você quer conhecer a vontade de Deus?

Tome a decisão de servir a Deus.

Apresente-se a Deus.

Inconforme-se com este mundo.

E se transforme renovando a sua mente.

 

 

Pastor Walter Pacheco da Silveira, 14.02.2021

Baseado em material de: Hernandes Dias Lopes

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